domingo, 10 de outubro de 2010

Abordagem do Paciente Em Terapia Intensiva: Desafio Humanizado De Tratamento Pelo Fisioterapeuta

 
                      Atualmente é indiscutível o papel do profissional da fisioterapia no ambiente de terapia intensiva. Sedimenta-se esta forma de abordagem diante da complexidade dos eventos clínicos que injuria cada vez mais os pacientes, não apenas pela causa de admissão de sua entrada na UTI, mas pelas várias complicações que acompanham uma internação. Não é de se entranhar que pela multiplicidade de procedimentos realizados em uma UTI, o paciente saia ileso de complicações além da famigerada doença de base, motor de seu ingresso na unidade. Entubação, acesso venosos, introdução de cateteres, drenos, posturas viciosas, ventilação artificial, sondas, meias pneumáticas, monitorização contínua etc. Por um lado, o desenvolvimento dos recursos tecnológicos vem contribuindo com a qualidades dos serviços prestados, e é patente a evidencia das elevadas chances de recuperação dos paciente devido a refinada e avançada tecnologia empregada nos equipamentos e na qualificação da equipe multidisciplinar especializada. No entanto, no que se refere à forma de abordagem da equipe nos pacientes internados, muito se precisa avançar para minimizar as complicações. É inequívoca a idéia de que o tratamento desumano vem reservando um espaço desmedido no rol das seqüelas deixadas nas passagens de pacientes internados na UTI.

                   De fato, a abrangência tecnológica ao mesmo tempo em que concorre com a restauração a normalidade decorrente do dano clínico, entrava esse processo diante de uma intervenção humana desnaturada. A concepção “coisificada” do corpo torna o paciente, não apenas vítima da doença como da própria condição de objeto de intervenção médica, mesmo com a melhor das intenções que é salvar a vida dos mesmos.

                   A especialidade médica e as intervenções específicas configuram a idéia centrada na compartimentalização do corpo do individuo, em que um sistema do corpo humano é focado em detrimento ao todo que se torna irrelevante dentro do contexto de  sofrimento captado no período de internação. O trato com o corpo em unidade de terapia intensiva vem sendo transformado em um programa de rotina técnica sem um único vestígio humanizado no processo de acolhimento e minimização das complicações. 

                  Boa parte dos depoimentos de pessoas que vivenciam a experiência de internação em uma unidade de terapia intensiva não visualiza o impacto da contribuição do avanço tecnológico e da excelência técnica dos especialistas, mas sim, do tratamento dirigido a eles. Não é fácil estar em uma cama fragilizado com a doença crítica ser tratado como um número, aviltado em sua intimidade com abordagens que o expõem a pessoas estranhas, atingido com um trato frio, técnico, manipulado como se estivesse  lavando um banheiro, consertando uma máquina, abrindo uma geladeira. 

                  Para o fisioterapeuta, o grande desafio é compreender a noção de que a abordagem física, o toque a manipulação do corpo não é apenas um recurso aplicado para reabilitar as conseqüências nefastas da imobilidade do paciente na UTI. Trato humanizado e integralidade de segmentos com o todo é sua maior contribuição no processo de restauração. A grande variedade de enfermidades que acometem o paciente em terapia intensiva afeta diretamente a irrigação sistêmica incluindo a perfusão cerebral alterando as funções neurológicas como o nível de consciência e a percepção sensitiva. O importante é incitar a técnica estimulando a realização da fisioterapia motora integrativa combinando o movimento envolvido em um processo de informação sensorial, o que por sua vez transforma o cérebro em um circuito integrado que realiza funções de processamento.

                   Mas a condição clínica ainda é o farol que norteia a programação terapêutica. Algumas situações, como a sedação, nível de consciência reduzido, delirium etc, não permite que a integralidade se cumpra. Um foco mais dinâmico dependerá da clinica e sua melhora poderá ser o caminho para uma participação mais ativa do paciente na terapia. Bom senso será sempre o guia para se evitar os movimentos repetitivos de forma abusiva aplicadas pelo fisioterapeuta. Mudanças de decúbito, e a ajuda de uma troca de fralda, são bons exemplos de abordagens mais funcionais. 

                   Tudo isso se descaracteriza quando o tratamento dirigido ao paciente se conforma em uma acolhida fria, imparcial, técnica demais e apática, insensível e indiferente de menos. Uma concepção de paciente como instrumento para intervenção, como objeto inerte, como coisa, como número deve ser abolida. Tratamento digno acima de tudo, conferindo um sentimento afável, benévolo, solidário. Um olhar tênue, leve, suave e brando, contrariando com a solidão, angústia e infortúnio da doença. O grande desafio para o fisioterapeuta intensivista, é implementar uma atitude mais humanizada como objetivo terapêutico e incorporar as medidas como recurso. Incontestável que o resultado no processo de cura alcançará um grande êxito.

FONTE:  Dostoievsky Ernesto de Melo Andrade -  Fisioterepêuta Intensivista. Prof. do Estágio Supervisionado I do Curso de Fisioterapia do UNIPÊ e do Módulo de Atividade Prática(Terapia Intensiva) da Especialização em Fisioterapia Cardiorrespiratória do UNIPÊ    

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ceará Elege Dep. Estadual e Federal Fisioterapeutas e Piauí elege uma grande representante da FISIOTERAPIA

                   Deputada Federal  GORETE PEREIRA , fisioterapeuta reeleita deputada federal. Dessa vez o estado do Ceará e o estado do Piauí obtiveram  uma  conquista maior : A Fisioterapia será representada tanto na  Câmera  Federal como Estadual no Ceará e na Câmara Estadual do Piauí,   MARIA BETH ROSE FONTENELE ARAÚJO (Coligação NOVO TEMPO (PSDC / PRP CEARA) e  REJANE DIAS (PT) no estado do PIAUÍ, duas vozes nascem na assembléia legislativa CE/PI. As três tem a mesma fala, defender  a ciência  da fisioterapia/reabilitação das pessoas com Deficiência. Beth Rose e Gorete Pereira foram minhas professoras na Universidade de Fortaleza e Rejane Dias pelo seu trabalho desenvolvido à frente da SEID(Secretaria da Inclusão da Pessoa com Deficiência) como Secretária e como ex- primeira dama do estado do Piauí desenvolveu projetos  e criou 37 clínicas de reabilitação no estado do Piauí asssim como o CEIR( Centro Integrado de Reabilitação) localizado na capital Teresina que hoje é referencia nacional quando se fala em Reabilitação. Estou absolutamente feliz por Beth  Rose, por Gorete Pereira e por Rejane Dias, esta minha deputada estadual eleita no estado do Piauí. Nasce uma nova liderança, a sociedade agradece, teremos um novo caminho, uma nova visão de fazer política. Quanto a Gorete Pereira, sei que as portas de sua representação continuam  abertas e quanto a BETH ROSE e REJANE DIAS, são novas portas  e novas perspectivas . PARABÉNS AO ESTADO DO CEARÁ E AO ESTADO DO PIAUÍ, PARABÉNS A BETH ROSE, GORETE PEREIRA, REJANE DIAS E AOS FISIOTERAPEUTAS DO CEARÁ, PIAUÍ E DO BRASIL.....    Necessitamos de REPRESENTATIVIDADE na máquina do governo municipal, estadual e federal...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Escoliose: um mal que é possível prevenir

                A coluna vertebral é o eixo que sustenta o corpo. O ideal é que ela, vista por trás, esteja reta e alinhada. Se isso não ocorrer, pode ser sinal de escoliose, uma deformação morfológica da coluna nos três planos do espaço: para os lados, para frente e para trás, e em volta do seu próprio eixo. É o grau dessa torção que determina a gravidade da escoliose e como ela deverá ser tratada. Cerca de 70% dos casos de escoliose tem causa desconhecida. São as chamadas escolioses idiopáticas. Mas a curvatura também pode surgir em decorrência de sequelas de doenças neurológicas, como poliomelite e paralisia cerebral, ou por má formação da coluna vertebral.

                 O fato é que este e tantos outros problemas relacionados à coluna podem ser prevenidos desde a infância. Cuidados com a forma de dormir, de sentar e de ficar em pé devem ser levados em consideração. Os pais precisam estar atentos para passar uma boa educação postural aos seus filhos.   Parte das dores na coluna na fase adulta poderia ser evitada, caso a pessoa mantivesse uma boa postura desde criança. Ter o hábito de colocar o peso sobre os membros inferiores quando sentado ou até mesmo apoiar com apenas uma das pernas quando se está em levantado pode acarretar em sérios problemas para o futuro.

                  Inclusive, a escoliose vertebral é identificada, com mais freqüência, na infância, por volta dos 10 anos de idade, e deve ser tratada prontamente. O problema atinge entre 2% e 3% da população, mas felizmente, as curvaturas mais graves representam apenas 0,1% das incidências. Há hoje métodos bastante eficazes para o tratamento dessa patologia. Um deles é o POLD, que corrige os desequilíbrios musculares e ósseos, além de minimizar possíveis dores causadas por este desvio da coluna. Métodos em camas de tração e Pilates também podem ser utilizados para corrigir problemas, minimizar as dores e evitar danos mais graves.

                 Escolioses com angulação de até 10 graus não necessitam tratamento fisioterápico. A partir daí há a necessidade de uma intervenção fisioterápica. Dependendo do grau da deformidade, o paciente terá que usar colete ortopédico e, nos casos mais graves, se submeter a uma intervenção cirúrgica. Os métodos utilizados para sanar este problema variam com a idade, a flexibilidade e a gravidade da curva. O tratamento pode compreender a correção das deformidades por meio da Reeducação Postural Global (R.P.G.), que pode corrigir ou minimizar a escoliose. A adaptação de palmilhas posturais que aumentem a eficácia e o tempo do tratamento também é uma alternativa usada pelos especialistas.
                 Vale destacar que o diagnóstico precoce, realizado por meio de testes clínicos e de radiografias, pode resultar em um tratamento mais eficiente e menos desconfortante para o paciente. Identificar o problema cedo previne que males possam atingir a coluna e diminui o risco de o paciente precisar fazer alguma cirurgia.

                  Uma dica útil para quem pretende evitar problemas futuros na coluna, inclusive a escoliose, é manter pescoço, ombros, coluna lombar, quadril e pélvis sempre alinhados. Quando sentar, é importante estar com os pés apoiados no chão e usar o encosto da cadeira para apoiar a coluna. Na hora de dormir, a atenção com a postura deve ser redobrada. Isso porque o ser humano passa, em média, um terço da vida dormindo. Portanto, é de extrema importância adquirir bons hábitos ao se deitar. Evita-se dormir de bruços, pois a posição força a coluna lombar e exerce uma pressão desnecessária no pescoço. Caminhar com a postura ereta também é fundamental. Sapatos confortáveis podem ajudar nessa missão. E, por último, a prática de atividades físicas, com acompanhamento profissional, ajuda na prevenção, combate as dores e auxilia na manutenção de uma postura adequada.

Fonte: Tribuna do Brasil

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O curso de Fisioterapia obteve nota máxima no levantamento feito pelo Guia do Estudante 2010

      
          A Universidade de Fortaleza (Unifor) é a melhor instituição de ensino particular do Norte/Nordeste nas áreas de saúde e administração e negócios, além de ser uma das três melhores do País na mesma categoria, pelo segundo ano consecutivo. O ranking faz parte do “Prêmio Melhores Universidades”, realizado, anualmente, pelo Guia do Estudante, da Editora Abril, que premia as melhores instituições de ensino do Brasil, de acordo com a Avaliação de Cursos Superiores do Guia do Estudante 2010.

          A Unifor receberá, no dia 4 de outubro, em São Paulo, prêmios nas categorias “Melhores Cursos de Saúde” e “Melhores Cursos de Administração e Negócios”. O curso de Fisioterapia da instituição obteve nota máxima (cinco estrelas). Já Direito, Comércio Exterior, Enfermagem, Engenharia de Produção, Farmácia, Fonoaudiologia, Odontologia e Terapia Ocupacional receberam quatro estrelas.

                                        Reconhecimento

          Os classificados com três estrelas foram os cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Jornalismo, Nutrição, Psicologia, Turismo, além de Publicidade e Propaganda. O prêmio é resultado da avaliação de um corpo de consultores formado por docentes, coordenadores de cursos, diretores de departamento e avaliadores do Ministério da Educação.
            Para o vice-reitor de Graduação da Unifor, Henrique Sá, o prêmio é uma grande evidência de reconhecimento da Universidade, que tem excelência no campo da saúde e da administração, além da competência do seu corpo docente. “Mais de 85% dos professores são mestres e doutores”, informa. Além disso, o vice-reitor aponta a estrutura física da Universidade de Fortaleza como uma das características que se destacam. A área de saúde, por exemplo, conta com laboratórios de última geração e diversos espaços de prática e pesquisa, como o Núcleo de Atenção Médica Integrada (Nami), a Clínica Integrada de Odontologia e o Parque Desportivo.

       
                                        Pesquisa

             Outro ponto ao qual Henrique Sá faz referência e que explica a boa colocação da instituição é o avanço em pesquisa. “Hoje, somos reconhecidos pela produção de conhecimento”, ressalta. Nesse sentido, a Universidade vem implementando cursos de mestrado e doutorado. São cinco mestrados e quatro doutorados. Como informa o vice-reitor de Graduação, existe projeto para implantação de mais dois doutorados. Atualmente, cerca de 400 projetos estão em andamento em diversas áreas do conhecimento, associados a 26 grupos e 79 linhas de pesquisa.
Segundo o vice-reitor, o profissional que passa pela Unifor é um dos melhores do mercado, porque está preparado.

           
                                        Em números

             
5 Estrelas foi a nota obtida pelo curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza. Os cursos de Direito, Enfermagem, Fonoaudiologia e Odontologia receberam quatro estrelas. 85% É o percentual de professores com mestrado e doutorado na Unifor. A universidade possui excelência no corpo docente e nos campos da saúde e administração.


Fonte: DN

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Doenças respiratórias na Infância

ARTIGO PUBLICADO POR:
Laura Maria Belizário Lasmar
Médica pediatra pneumologista do Pam Campos Sales - Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e Referência Técnica de Doenças Respiratórias e do Programa de Asma da Coordenação Materno Infantil da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais

      A s doenças respiratórias têm grande importância epidemiológica na infância. As pneumonias são a principal causa de óbito nos menores de cinco anos (excluindo as causas perinatais), a asma a segunda causa de hospitalização de um a nove anos e as infecções de vias aéreas superiores a primeira causa de atendimento ambulatorial.

           As ações destinadas ao enfrentamento deste grave problema de saúde pública que representam as doenças respiratórias devem levar em conta as características clínicas, anatomo fisiológicas e epidemiológicas da faixa etária pediátrica que torna os menores de cinco anos - principalmente os menores de dois anos - tão vulneráveis aos agravos do sistema respiratório.

    Os lactentes apresentam várias condições que os propiciam ao agravamento do quadro respiratório:

      - Vias aéreas de menor calibre: o que os torna mais susceptíveis à obstrução por processos inflamatório e conseqüente aumento da resistência das vias aéreas quando comparados a adultos e crianças maiores (estamos atendendo com toda nossa capacidade e vitalidade uma criança e logo vem a sensação " meu Deus este broncoespasmo não melhora").

      - Ausência de comunicações (poros de ventilação colateral) para desvio do ar quando uma via aérea se torna obstruída. Até perto de dois anos estas comunicações quase inexistem. Este fator anatômico tem grande importância clinica e epidemiológica. Em caso de obstrução a área do pulmão que recebia ar desta via aérea se colaba e é interpretado como Pneumonia. Este fato ocorre principalmente nos lactentes chiadores que freqüentemente se internam e recebem diagnóstico de Pneumonia elevando artificialmente as estatísticas oficiais (como fica esta importante ferramenta de planejamento que é a informação?).

      - Menor quantidade de alvéolos, diminuindo a superfície de trocas gasosas. Uma criança ao nascimento tem aproximadamente 25 milhões de alvéolos, chegando a 250 milhões em torno de 2 anos e ao número da vida adulta(cerca de 300 milhões) perto de 3 anos. Este fator os torna os lactentes mais susceptíveis a apresentar queda nos níveis de oxigênio no sangue ("ele parece só piorar")

      - Grande elasticidade dos ossos da caixa torácica: esta particularidade anatômica faz com que eles respondam a obstruções das vias aéreas com intensas retrações (tiragens).

      - Diafragma: este importante músculo da respiração é menos desenvolvido e quando é solicitado a uma carga maior de trabalho pode ir facilmente a exaustão.

       - Proporcionalmente os lactentes apresentam maior numero de glândulas mucosas levando-os a uma maior produção de secreção durante infecções.

       - Elevada prevalência de sibilância nos primeiros anos de vida como abaixo demonstrado em estudo de seguimento.








     
          Em conclusão , aproximadamente 33% dos lactentes desenvolveu asma e a maioria 67% não desenvolveu.

          Este estudo nos coloca em permanente desafio sob dois aspectos:

         - os lactentes que sibilam sem ser asmáticos não necessitam de tratamento preventivo com corticoesteródes inalados. Mas sua importância durante uma crise aguda não pode ser minimizada, devido à rapidez com que eles (aspectos anatomo fisiológicos) podem evoluir para insuficiência respiratória.Em saúde pública representam um grande volume que se traduz em pronto atendimentos superlotados , equipes exaustas e a sensação de "não ter fim" ". Estes" bebês chiadores "(às vezes chamados de" felizes "?) necessitam de vinculo contínuo em atenção básica".

         - Os lactentes que são asmáticos ( 60% dos asmáticos inicia seus sintomas no primeiro ano de vida) tem que ser distinguidos precocemente para inicio de tratamento preventivo. Necessitam de uma combinação equilibrada de monitoração contínua da equipe de saúde ,fornecimento regular dos insumos e apoio às famílias. Atendimento integral para que haja aderência ao tratamento preventivo.

          Ao lado deste desafio emergem as questões: como é realmente o vínculo? como é o processo de trabalho na minha unidade? o que representa no todo? como trabalharmos de forma coordenada e equilibrada para planificar esta assistência? como realmente trabalhar em equipe? como atender integralmente? somente aumentar recursos humanos? mais insumos? mais hospitais? centros de saúde? As questões não param e não devem parar de ser formuladas.

         Finalizando, ao lado destas importantes particularidades anatomo fisiológicas encontra-se um importante fator de risco que é a maior susceptibilidade à infecção viral. Uma criança de até cinco anos de idade - em todo o mundo, apresenta de forma igual --- 5 episódios de infecção respiratória aguda por ano. Entretanto a desigualdade se expressa na incidência anual de Pneumonia: nos países desenvolvidos é de 3 a 4% contra 20% nos paises em desenvolvimento. As mortes por Pneumonia foram virtualmente erradicadas dos países desenvolvidos.
      
         As particularidades anatômicas e fisiológicas aliadas à maior exposição viral expõe a vulnerabilidade da faixa etária pediátrica aos agravos do sistema respiratório e impõem aos serviços de saúde medidas contínuas de acompanhamento e uma releitura cotidiana de nossas ações.

                                   REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

1. REIJONEN, T.M., KORPPI, M. Once-year follow-up of young children hospitalized for wheezing: the influence of early anti-inflammatory therapy and risk factors for subsequent wheezing and asthma. Pediatr. Pulmonol., v.26, p.113-119, 1998.
2. GLOBAL initiative for asthma. Global strategy for asthma management and prevention; NHLBI/WHO workshop report. Bethesda: National Heart, Lung, and Blood Institute, 1995. (Publication number 95-3659).
3. MADGE, P., MCCOLL, J., PATON, J. Impact of a nurse-led home management training programme in children admitted to hospital with acute asthma: a randomised controlled study. Thorax, v.52, p.223-228, 1997.
4. MARTINEZ, F.D., WRIGHT, A.L., TAUSSIG, L.M. et al. Asthma and wheezing in the first six years of life. New Engl. J. Med., v.332, n.3, p.133-138, 1995
5. VICTORA, C.G., BARROS, P.C., VAUGHN, J.P. Epidemiología de la desigualdad. Washington: OPAS, 1992.
6. Wever-Hess J, Kouwenberg JM, Duiverman EJ, Hermans J, Wever AMJ. Risk factors for exacerbations and hospital admissions in asthma of early childhood. Pediatr Pulmonol 2000; 29:250-256.
7. Solé, D, Nunes, ICC, Rizzo, MCV, Naspitz, CK. A asma na criança: classificação e tratamento. J Pediatr (Rio de Janeiro) 1998; 74(supl 1):S48-S58.

Fisioterapia contra a Incontinência Urinária

                Fisioterapia contra a Incontinência Urinária


                 A incontinência urinária traz muita preocupação para os pais das crianças que sofrem com esse problema e incômodo para os pacientes. Ela atinge, em média, 7% da população na faixa etária entre 5 e 10 anos e é caracterizada por perdas involuntárias de urina durante o dia e à noite.  
                Uma pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp mostrou que exercícios fisioterápicos atenuaram a recorrência de incontinência urinária nas crianças.“Quando a incontinência urinária não é tratada a tempo e de maneira adequada, existe a perspectiva de a disfunção avançar para a fase da adolescência. A ajuda médica é, muitas vezes, o último recurso”, observa Renata Martins Campos, pesquisadora responsável pelo estudo.                                       

                       Alternativa ao tratamento medicamentoso

               O uso de medicamentos era, até agora, a única alternativa para a correção da disfunção. A questão, no entanto, é que o tratamento nem sempre é eficaz e, dependendo do caso, a ingestão das drogas pode durar vários meses.
               Na pesquisa, Renata dividiu as crianças em dois grupos: um deles foi tratado com medicação associada à terapia comportamental (que propõe uma mudança ou reeducação de alguns hábitos comportamentais, como horário de ingestão de líquidos, dentre outros). O outro grupo foi tratado apenas com a terapia comportamental e um protocolo de cinco exercícios fisioterápicos.
               O primeiro grupo, tratado com medicação, apresentou 16 noites secas (sem a ocorrência de urina) no final do estudo, contra 24 noites secas entre o grupo que havia feito os exercícios, ou seja, uma eficiência 30% maior e sem custos com remédios.
               A pesquisadora agora deve ampliar a pesquisa para entender melhor os mecanismos do tratamento. Ela acredita que a resposta devido a inclusão de exercícios ao tratamento poderá contribuir para alternativas eficientes e econômicas no combate ao incômodo que traz angústia a tantas crianças e suas famílias.
Fonte: O que eu tenho? /Uol

sábado, 11 de setembro de 2010

Exercícios e artrose de joelho - ligando evidência e prática

              A revista Physical Therapy iniciou em janeiro de 2010 uma série de artigos que investiga temas de reabilitação baseando suas discussões e conclusões em evidências científicas. Esta proposta chama-se Linking Evidence and Practice , o que pode ser traduzido como Ligando Evidência e Prática.

                                                  INTRODUÇÃO   

              A osteoartrose, ou simplesmente artrose é uma das principais causas de deficiência, particularmente na população idosa. A dor e a limitação funcional são as principais queixas dos pacientes. Diretrizes internacionais recomendam o tratamento conservador como conduta inicial, incluindo uso de medicamentos, exercícios, orientações e perda de peso. Neste contexto, os exercícios são utilizados para tratar problemas específicos como a redução da amplitude de movimento, limitação de atividades, e adiminuição da força muscular e do condicionamento aeróbico.

                Exercícios podem ajudar este paciente?
 
              Sr. S é um homem de 55 anos, com história de dor bilateral em joelhos nos últimos 3 anos, de caráter progressivo, sendo pior à esquerda. Ele informou que nos últimos 3 meses estava trabalhando em tempo integral, sentado em uma mesa na maior parte do dia (trabalho sedentário), seu peso aumentou 10 kg e seus sintomas pioraram significativamente. O Sr. S relatou a dor em joelho esquerdo como sendo 6 de 10 na escala visual analógica, ele estava usando uma bengala para caminhar e tinha sintomas à noite, rigidez matinal que se resolvia após cerca de 15 minutos, e sintomas que se pioravam ao longo do dia.

             Sua dor era agravada por andar mais de 15 minutos, ao subir ladeiras e também por longos períodos sentado. O Sr. S encontrou alívio usando uma bengala, movendo seus joelhos quando sentado, e tomando em doses regulares de um medicamento anti-inflamatórios não esteróides e paracetamol, As radiografias mostraram uma diminuição do espaço articular na região medial do joelho, com formação de osteofitos. Em geral, sua apresentação foi consistente com artrose moderada.

            O Sr. S informou que tinha ligeira dificuldade em realizar suas atividades diárias. Na escala funcional paciente-específica (Patient-Specific Functional Scale ), que vai de 0 a 10, onde uma pontuação de 0 indica "incapaz de realizar a atividade" e 10 "capaz de realizar a atividade no mesmo nível que antes", ele identificou três atividades que ele tinha dificuldades: caminhar em uma superfície plana, subir ladeiras, e permanecer sentado (Tab. 2). O Sr. S não tinham limitações na ADM do joelho, porém relatava dor ao final do arco de flexão do joelho esquerdo. A extensão do joelho foi ligeiramente mais fraca do lado esquerdo. Ele também tinha encurtamento muscular na panturrilha e isquiotibiais, mais evidentes à esquerda.  

            Os exercícios são recomendado como parte dos cuidados iniciais para a artrose. O próprio Sr. S afirmou que não tinha rotina regular de exercícios, e que seu objetivo era adotar um regime de exercícios adequados que pudessem ajudá-lo a melhorar sua habilidade de andar e diminuir sua dor.

          O Sr. S começou um programa de exercícios que incluíram fortalecimento de quadríceps e glúteos e alongamento dos músculos da panturrilha e isquiotibiais. A dosagem para o fortalecimento e alongamento foi baseada nos achados do exame físico, e os exercícios foram progredidos para exercícios funcionais com aumento da resistência, conforme ele melhorava. Estes exercícios incluíram exercícios de sentar e levantar, exercícios no step com ênfase no bom alinhamento dos membros inferiores, e exercícios de resistência para o músculo glúteo médio na posição em pé com um Thera-Band azul.* Após quatro semanas, ele foi capaz de iniciar um programa de caminhada, começando com 20 minutos em dias alternados, e progredindo 5 minutos caso não houvesse piora dos sintomas, até o momento que pudesse tolerar confortavelmente 45 minutos, ele também conseguiu uma bicicleta estacionária emprestada e foi incentivado a usá-lo por no máximo 20 minutos, 3 vezes por semana. Ao longo deste período, o Sr. S recebeu informações sobre a osteoartrose e a importância dos exercícios e da perda de peso.
  Após oito semanas de fortalecimento, alongamento, caminhada e exercícios de bicicleta, o Sr S relatou uma diminuição na sua dor. Sua função física melhorou. O Sr. S relatou que agora ele era capaz de caminhar por quase uma hora antes de precisar descansar e raramente precisava usar a bengala.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cuidado com a respiração

           Em qualquer técnica de relaxamento, a respiração é fundamental. Segundo os especialistas, ao respirar, o músculo ativado deve ser o diafragma e não as estruturas musculares do pescoço. Para relaxar, o ideal é respirar pausadamente.

           Não há relaxamento sem respiração. De acordo com os especialistas, a respiração é o elemento fundamental para o relaxamento adequado do corpo e da mente. E como deve ser a respiração correta que leva ao relaxamento? Para a fisioterapeuta Isabel Studart, a respiração abdominal, ativada pelo diafragma, músculo localizado entre o tórax e o abdome, é a mais correta. Isso porque o diafragma é, naturalmente, a principal estrutura muscular da respiração. Outros músculos, como os escalenos, localizados no pescoço, são apenas acessórios.  “A pressa faz com que a pessoa respire apenas com a parte de cima do tórax, que deve ser usada somente em caso de insuficiência respiratória”, observa. Ela explica que, quando o diafragma não é utilizado corretamente, os músculos do pescoço ficam sobrecarregados e tensos. Além disso, o diafragma, por não estar se expandindo como deveria, acaba contraído e cheio de tensão, podendo causar alterações na postura e dores na região lombar da coluna.
         “Fisicamente, o ar se desloca de locais de maior pressão para locais de menor pressão. Então, quando a gente coloca todo o ar para fora do corpo, diminui a pressão dentro do corpo. O ar entra facilmente”, explica. Depois de aprender a forma correta de respirar, os especialistas recomendam que o relaxamento seja feito de olhos fechados, com a atenção voltada para o inspirar e o expirar.

        APRENDA FAZENDO
 Exercícios de respiração para relaxar
 Sentado em uma cadeira, com os pés paralelos no chão, coloque as mãos uma sobre a outra abaixo do umbigo. Feche os olhos e imagine um balão dentro do abdome. Na inspiração, imagine o balão enchendo-se de ar. A cada expiração, imagine o balão se esvaziando. Por alguns instantes, fique focado na respiração. Após uma inspiração comprida, com as mãos sobre as coxas, deixe o tronco se curvar para frente e deixe braços e cabeça caírem em direção aos joelhos. Nessa mesma posição, inspire profundamente, expirando pela boca silenciosamente, e sacuda suavemente a cabeça para soltar os músculos da nuca.
 Em pé, levante os dois braços em direção ao teto. Primeiro, levante-se sem mexer os cotovelos. Depois, alongue o braço até em cima. Lembre-se de que a respiração condiciona o movimento. Acompanhando a respiração, alongue o braço.  Deitado, com os braços ao lado do corpo, feche os olhos. Feche a mão direita e, em uma inspiração, levante um pouco o braço direito, sem dobrá-lo, tirando o cotovelo do chão. Firme bem o braço por alguns segundos. Relaxe-o na expiração, soltando-o e deixando a palma da mão para cima. Faça o mesmo com o braço esquerdo.

Fonte: Jornal O POVO

        

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Congresso Nacional de Fisioterapia Aquática- CONAFA 2010

         Atenção a todos os profissionais fisioterapeutas e estudantes que se interessam pela fisioterapia aquática, sera realizada pela primeira vez no Brasil  e em Porto de Galinhas-Pe o 1º CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA. Confira a programação :


                   NOS DIAS 16, 17 E 18 DE SETEMBRO. PORTO DE GALINHAS, UMA DAS MAIS BELAS PRAIAS DO MUNDO ELEITA PELA 9° VEZ PELA REVISTA 4 RODAS E DONA DAS NOITES MAIS BADALADAS COM GENTE BONITA E VIP, VAI SEDIAR O CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPIA AQUÁTICA - CONAFA - www.conafa.com.br. VOCÊ É NOSSO CONVIDADO PARA PROMOVER E FAZER CONHECIMENTO DIVULGANDO MAIS AINDA A AREA QUE É DESTAQUE NA FISIOTERAPIA . A FISIOTERAPIA AQUÁTICA JÁ APRESENTAVA RESPALDO INTERNACIONAL E HOJE GANHOU DESTAQUE NACIONAL COM PESQUISAS AVANÇADAS.
                                 INFORMAÇÕES PELO SITE.
                                      www.conafa.com.br
                       NAO PERCAM ESSA OPORTUNIDADE !!!!

Fisioterapia

   Nada como iniciar esse blog falando um pouco da história da fisioterapia, profissao tal que escolhi para seguir.

           É interessante observar que agentes físicos como o sol, calor, água e eletricidade, massagens e exercícios são empregados com finalidades terapêuticas desde os primórdios da humanidade até hoje. Essa pratica intuitiva e empírica foi transformando-se com o decorrer do tempo até atingir o que hoje se constitui a Fisioterapia. A China registra obras de cinesioterapia em 2698 a.C., sendo que na Índia quase na mesma época já se usavam exercícios respiratórios para combater a constipação. No Ocidente praticava-se a helioterapia (banhos de sol) citada por Heródoto em 484 a.C., hidroterapia (nas famosas termas) e as massagens citadas por Hipócrates em 460 a.C., a eletroterapia com o peixe elétrico citada por Aristóteles em 381 a.C. e a cinesioterapia com os exercícios físicos citados por Galeno em 199 a.C10. 

        Quando os grandes conflitos bélicos aliados à evolução da farmacoterapia e dos procedimentos médicos começaram a produzir um número cada vez maior de pacientes, isto é, de sobreviventes e conseqüentemente de seqüelados, sendo na sua grande maioria amputados, sentiu-se a necessidade da formação de profissionais específicos para a área de reabilitação e assim nasceram os primeiros cursos de Fisioterapia. O primeiro no ano de 1902 em Kiel e a seguir Dresden em 1918, ambos na Alemanha. A partir daí, desenvolveram-se trabalhos em regiões circunvizinhas como na Suíça com a “Doutrina Funcional do Movimento” de Susanne K. Vogelbach e o “Tratamento Neuro-evolutivo em Bebês” da fisioterapeuta Mary Quinton. Na Inglaterra desenvolveu-se a massoterapia com a padronização de seus métodos e as manipulações articulares, tam
bém a cinesioterapia respiratória com Winifred Linton e a neurológica com Berta Bobath. 
       
       Na América do Sul, a Argentina foi o país pioneiro em cursos de Fisioterapia. No Brasil. a história da Fisioterapia inicia em 1879, com a criação do primeiro setor de eletroterapia na Santa Casa do Rio de Janeiro, e em 1929, instala-se o serviço de Fisioterapia no Hospital das Clínicas em São Paulo. Em 1954, funda-se a Sociedade Brasileira de Fisioterapia. Em 1956 a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação cria o primeiro curso de Fisioterapia de nível superior do país, no Rio de Janeiro. A década de 60 caracterizou-se por intensas mobilizações da categoria, mesmo que de forma centralizada no eixo Rio - São Paulo, e que culminou com o Decreto Lei nº 938, do dia 13 de Outubro de 1969 reconhecendo a profissão de Fisioterapeuta. Em 1975 cria-se o Conselho Federal de Fisioterapia e conseqüentemente os Conselhos Regionais.

      Segundo especialistas do Comitê de Reabilitação Médica da Organização Mundial da Saúde (OMS), a reabilitação teria como finalidade principal não apenas restabelecer a pessoa afetada à sua condição anterior, mas também desenvolver ao máximo suas funções físicas e mentais. Literalmente, como consta no informe do Comitê, reabilitação não seria apenas a cura física, mas também a cura social e, ao referir–se às vantagens da reabilitação nos países subdesenvolvidos, o texto ressalta que "uma reabilitação, que transforma em produtor útil a um consumidor inútil, representa uma contribuição valiosa ao bem–estar geral".